... sentada na varanda, ouvindo a bela canção, que saía do velho radinho do seu Zé, quando de repente ela cessou, para ser dada uma notícia, que já deve ter-se tornado banal aos ouvidos insensíveis da grande multidão:
“- Na internet não cessam o número de sites de pedofilia, vídeos de estupro, e afins, que tem se tornado algo normal em nossa sociedade.”
Fiquei indignada, e seu Zé muito entristecido. Como pessoas sentem prazer em ver isto?
Como homens e mulheres pagam para ver cenas de crianças sendo violentadas, estupradas? Onde está a razão deste mundo?
O sexo virou algo tão banal. Ver vídeos, fotos com cenas de pedofilia e afins se tornou mais comum que comprar pão. Onde estão as leis que protegem crianças, adolescentes e mulheres?
E as lágrimas rolavam dos olhos do velho Zé, que tentava parar de soluçar, com as mãos no rosto, enquanto observava as crianças no quintal, alegres e inocentes a brincar... Ele não queria acreditar no que estava acontecendo com o mundo.
Queria que as crianças ficassem ali, para que o mundo não as machucasse.
Ele não queria mãos imundas tocando os anjos frágeis.
O mundo fede, e a sociedade apodrece dentro da sua hipócrita globalização.
Mutilam, abusam, enganam, drogam, mentem, MATAM...
Mas toda essa violência é travestida aos nossos olhos, como a maquiagem que esconde uma cicatriz. Mas ainda existem aqueles que escutarão o choro incessante dos enjeitados.
A vida não pode ser tão vulgar. A economia que se sustenta das drogas e da pornografia não pode ser mais valorizada do que as gotas de suor dos homens do campo, da indústria, da educação, da cultura e do esporte.
A vida não tem mais sintonia. Está no fim a racionalidade do ser humano. Viramos bestas feras. Toda manhã morre um pedaço de mim, e eu só queria voltar para os meus sonhos, nos quais o mundo não é sujo e medíocre, onde as crianças são simples crianças, e as mulheres são livres e felizes. No meu mundo de sonhos, as pessoas não são objetos... são seres humanos. No meu mundo...
- Muito prazer, meu nome é otário. Muito prazer, chamam-me de otário por acreditar nas causas perdidas. Muito prazer, ao seu dispor, se for por amor às causas perdidas!
- Emanueli -