terça-feira, 26 de janeiro de 2010

“A VOZ DOS SEM VOZ”




Múmia Abu-Jamal é o pseudónimo de Wesley Cook (24/04/1954). Tem hoje 54 anos e há 28 que reclama a sua inocência e tem mantido o seu caso vivo através de publicação de livros e da participação em programas de rádio.

A história de Mumia Abu-Jamal começa em 09 de dezembro de 1981, quando, durante um tumulto em que seu irmão foi espancado, um policial morre baleado. Mumia foi preso, acusado pelo assassinato. Em junho de 1982, depois de um processo cheio de irregularidades, ele teve sua sentença de morte decretada pela Suprema Corte da Pensilvânia, sendo transferido para o corredor da morte.

Antes de ser condenado, Abu-Jamal fazia reportagens sobre desenvolvimento comunitário e cultura numa rádio de Filadélfia e era presidente da Associação de Jornalistas Negros da mesma cidade. Os seus artigos foram publicados em "The Nation" e "Yale Law Review". Fez parte dos Panteras Negras e do movimento radical Move.

De sua cela, que tem 2 x 3 metros e onde passa 22 horas do dia, Mumia relata todo seu esforço para a reavaliação do caso, além de mostrar a realidade dos guetos norte-americanos e daquele local onde a injustiça institucionalizada perde seu pudor: as prisões. Enquanto isso, permanece preso. Em Ao Vivo do Corredor da Morte, (livro que ainda vou ler na integra), Mumia demonstra que, mesmo nas condições terríveis em que se encontra, ainda pode desafiar aqueles que desejam silenciá-lo.

Links para aprofundar a leitura.

http://www.publico.clix.pt/Sociedade/supremo-tribunal-dos-eua-recusa-pedido-de-mumia-abu-jamal-para-novo-julgamento_1372966

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mumia_Abu-Jamal

http://www.juventuderevolucao.org/index.php?option=com_content&task=view&id=525

http://obviousmag.org/archives/2007/06/libertem_mumia.html

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pássaro azul


Acaso esse momento seja único,

Ou ele nunca existiu?

Talvez ele nunca se repita,

Talvez porque se vangloria deveras,

Com seu poder, beleza, inteligência...

Ou porque esconda seu medo.

Seus desejos, sonhos, sua tristeza,

Porque nunca houve alguém que lhe escutasse.

Nossa existência é esse instante agora,

Esqueça o passado, não há futuro

Somente esse momento, o agora...

Talvez se amarmos mais, viveríamos mais,

Viver intensamente cada minuto...

Esse instante de loucura, de embriaguez...

Pode ser passageiro,

Mas o que sentimos agora,

Será eterno...

... ou talvez não...?!


Emanueli

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

2.000 anos de guerra.


Após a cortina se abrir,

Atenta para os destroços que sobrou

Conseqüência de toda ambição

Efeito de sempre querer além.

O que sobra são as dores,

Os cartuchos de bala no chão,

Casas queimadas, cidades em chamas,

Pedaços de um corpo,

Que outrora foi uma menina.

Ela aprendeu cedo demais,

O lado áspero da vida,

O rito de passagem.

Que a cada dia,

Surge prematuramente

Porém somos apáticos,

Quando o som do coração parando

É o da pessoa ao lado.

Vivemos aprisionados,

Dentro de nós mesmos...

Ah, Thomas More,

E a sua quimérica visão do mundo

Não há lugar para ela aqui

Até a esperança, já fez as malas.

Aproximadamente nonsense

O que é ideal, é inalcançável...

A cada manhã,

Apareceram novos cadáveres

Cada vez, mais jovens,

Cada vez, mais inocentes,

E no final do dia

Estaremos lavando nossas mãos

Que estão sempre sujas de sangue

Emanueli