quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Narcolepsia


Preso numa gaiola cor de carmim,
Sou um pássaro paranóide
Meu canto é colorido.
Resultado do consumo assíduo,
[da minha ração] de acinético.
Em todas as manhãs, passivas e repentinas,
A vida passa em frente aos meus olhos
“Catatonicamente”...
A janela do meu quarto,
Mostra uma faceta cinza, do que é o mundo.
E a caixa violeta [minha alma],
Produz espasmos fúnebres,
Que espelham o que meus olhos vêem.
Meu canto, agora é mudo.
Minhas mãos tão calmas,
Hoje estão trêmulas, precisam expressar,
Contar o que os anestésicos me fazem
Pois é nesta hora que estou paranóico
Sem eles, sou lúcido,
Pois respiro insanidade, a cada minuto.
E preciso dela para viver.
Essa pobre vida alegórica,
Cheia de conflitos sinestésicos,
Suplica por uma gota de morfina.
A realidade é deveras trágica.
E a caixa violeta gradativamente escurece,
Canto mudo, mãos trêmulas, olhos mareados.
Viro de costas para a janela.
E observo minha gaiola branca
[ou cor de carmim?]
Com cores e formas que só eu vejo...

[to be continued]
Emanueli

4 comentários:

Ana Hostin disse...

Presa por tirar palavras sei lá de onde!
De onde saem estas palavras, guria?
Adorei as sapatilhas e o efeito mais que esverdeado, e dos seus escritos também!
Beijos, guria!

Jonathan Clubber disse...

Não conhecemos as pessoas até vermos como elas pensam
Agora eu fico muitos orgulhoso de ver que minha amiga de infância é uma poetiza

Dr. Hannibal Silva disse...

não me lembrava que seus poemas fossem tão bons...ehehehe... parabéns!

Guga disse...

Excelente expressão!
Espero a continuação...
BJOSS do teu "fãzão"!