Não somente eram meus pés,
Que estavam congelando,
Por estarem descalços,
Pisando em branca neve.
Numa noite gélida,
Enquanto todos estão seguros,
Enrolados em cobertores, em frente à lareira.
Eu caminho frustrada, fustigada pela neve.
Empurrada pela fome devastadora
Com os olhos procuro o paraíso
Com as mãos peço um pouco de vida
Mas só vejo portas fechadas
E pelas janelas, famílias felizes.
Hoje meu quarto será,
Um canto qualquer no metrô
Até os caras de uniforme,
Que detêm toda razão
Enxotarem-me feito cachorro sarnento.
Olho pro céu, e faço um único pedido.
E se tem alguém lá em cima,
Por favor, realize-o... Quero voar
Queria ficar, mas não tenho pra aonde ir.
E o vento continua assoprar, sem piedade.
Os olhos congelados,
Dedos endurecidos,
Coração petrificado.
E continua a cair,
As lâminas de chuva congelada.
Hoje não encontrarão meu corpo,
Hoje é dia de almoço em família
Chocolate quente e biscoitos
Hoje as ruas são desertas
Hoje meu pedido foi realizado
Sem nome, sem história.
Adentro a noite
O que não tem vida acaba sem final.
Emanueli
7 comentários:
CARACA!!! Muito foda *-*
õ/
muito bom....
Poderia ser assim:
"Hoje não encontrarão meu corpo.
Hoje meu pedido foi realizado.
Sem história, Sem nome, agora sem frio e sem fome."
Essa poesia é declamada inumeras vezes, todos os dia... Sempre... Ainda.
Parabéns mais uma vez! :D
Guga
Nossa,Olha f***
Você brinca com as palavras com um dominio sem igual, adoro seus textos e sua forma profunda de mexer com a gente. Em cada termino de estrofe revela uma intenção mais marcante e intrigante que a outra...
Parabéns Manu, O Talento se lapida... e o seu esta se tornando uma escultura fantastica!
Um beijo
Taina
aiai... essa mina é foda! Me lembro de algo que escrevi para uma amiga *-*
Supimpa!!
Agora pensarei duas vezes antes de ir pro Canada! hahahaha
Fodonico :D
HoHo...
eu quero meu ponto viu...
brincadeira (-ounão)
gostei bastante :)
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