quarta-feira, 27 de agosto de 2008


Os olhos fixados para observar,
Nos quadros, as várias caricaturas.
Todos os rostos estão a me assombrar;
As coisas cruéis da vida,
Profundas e intensas;
Em molduras douradas.
Na irreal sinfonia
Os ecos de vozes alheias
Cada gota, cada nota,
Cada choro, uma melodia.
A surpresa dolorosa
De uma orquestra macabra
E na dança alegoria e grotesca
As pessoas são arrastadas...
Não importa a idade ou as condições
Diante do poder que eles têm
Ficam prostrados pela dor
Ao final do primeiro ato
Os olhos arregalados estão
Saindo da grande ópera
Acordo num suspiro...


- Emanueli -

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A hora!


Após o bosque florido,
Longe dos riachos
Lá onde a nevoa habita
Ela se esconde (solitária)
Ninguém a acompanha
Nem os bons, ou os maus,
Todos preferem distância.
Algumas vezes...
Ela aparece repentinamente
Mas logo volta para seu repouso
Quando o sol se põe
E a lua brilha
Silenciosa, calma e melancólica.
Rápida como um relâmpago
Tranqüila como uma borboleta
Que sai do casulo.
Essa sensação irreal
Esse estremecido de alegria
Minha amiga quimérica
Chama meu nome – sussurrando
A onda fez seu último movimento
A vista já está turva
Letras borradas, palavras sem nexo.
E hoje faço reverência a ela.
A morte!

(Emanueli)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sem titulo -


Olhos singelos a me observar

Simplicidade e pureza nos gestos

Elegância ao andar e

Uma genialidade ao falar.

Atrás da grandiosa personalidade

Habita o súcubo mascarado

Ao qual utiliza a inteligência

Para escravizar mentes medíocres

A hipocrisia manipula

Espalha o conhecimento errante

Indica caminhos sem volta

Beneficia-se de corações puros

Promessas para o futuro

Eternidade dourada

Pensamentos atrofiados, por ilusionismo.

Fanatismo psicótico

Sacrifício brilhante, mortes sagradas.

Na realidade, na “sociedade secreta”.

Atrás daquele meigo sorriso

Existe a ambição e a soberba

Escravizadores de almas

Bem-vindos sãos e salvos para sofrer

Onde os bravos são escravos

Prisioneiros da própria devoção

Levantem o estandarte azul

Ajoelhem-se em reverência ao Rei!

Seremos bem mais felizes

Aplaudindo de olhos fechados.


- Emanueli -

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"Tenho pena das pobres sombras confinadas na prisão euclidiana que é a sanidade.".


Obsessão
Caindo novamente em lucidez plena
Sinto-me absoluto sobre minha decisão
Ignorando os perjuros do passado
Abandono a minha antiga e mordaz obsessão.
Já é tarde e é hora de partir...
É o fim do martírio oculto
É o fim do sentimento
Que queimou em silêncio por dias incontáveis
E devastou meu corpo como uma doença
Abrindo meus olhos revigoro-me
Sinto-me nutridoMesmo sem esperança parto
Ainda ouvindo a rouca voz do passado
Insistindo em me atormentar.
Mas é tarde e hora de partir...
Parto sem olhar sobre os ombros
Parto sem escapar uma lágrima

(por Gustavo Schmitz Boettcher)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

- Sem título –


Você nunca aprenderá o segredo,
Eu posso cheirar o sangue...
Eu vejo o mal, eu vejo que agora...
Vocês são uma corja de ratos.
Escondidos atrás de suas posições;
Assustados dentro de seus ternos de linho;
Eu sei, dizem que a culpa é dele.
Ele que provoca toda a ganância,
Todas as mortes e toda a dor
As gêmeas já caíram, trágicas...
Foi minha satisfação assistir.
Mas é muito pouco para o meu delírio
Liberdade mesmo que tarda.
Pense em mim, como uma arma,
A ser mantida, sempre ao seu lado.
Ele gosta de tirar vidas,
Ele vai sorver toda a sua essência
Obviamente estas palavras, são idiotices.
Isso para quem nunca passou fome;
Ou para quem não é um dos órfãos do mundo;
Somente aquele que já se sentiu torturado,
Estuprado, atormentado pelos cifrões que ele carrega.
Poderá me entender...
É o fim? Não, apenas o começo.
Você me odeia, por dizer palavras tão fortes...
Seu ódio... não basta...
Paciência cavalheiro, já dizia a frase,
“Todas as coisas têm um propósito.
Inclusive sua presença aqui.”
Sente-se e aproveite o recital que é a vida.